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Laboratório do RJ reduziu testes de HIV para obter lucro, diz secretário
Duas pessoas foram presas nesta segunda-feira (14) na operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro que investiga o caso de contaminação de seis pacientes transplantados por HIV. Entre os presos está Walter Vieira, sócio do laboratório Patologia Clínica Doutor Saleme (PCS Lab Saleme.). A clínica é apontada como responsável pelo erro que permitiu a doação dos órgãos que tinham os vírus.
Segundo a Polícia Civil, as provas colhidas até o momento indicam que os laudos foram falsificados por um grupo criminoso e utilizados pelas equipes médicas, que foram induzidas ao erro. Isso acarretou, de acordo com a a corporação, na contaminação dos pacientes.
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Vieira é casado com a tia do ex-secretário de Saúde do Rio e deputado federal Doutor Luizinho (PP-RJ), que comandou a pasta entre janeiro e setembro do ano passado. Em nota, o parlamentar negou que tenha tido qualquer influência na contratação do PCS Lab Saleme.
Na operação desta segunda-feira, foram cumpridos quatro mandados de prisão e 11 de busca e apreensão. Além de Vieira, o outro preso é Ivanilson Fernandes, técnico do laboratório responsável pelas análises clínicas na sorologia de HIV.
As outras duas pessoas alvos do pedido de prisão são consideradas foragidas, segundo a Polícia Civil. Entre elas está Jacqueline Bacellar de Assis, que assinou um dos exames que indicavam resultado negativo para HIV.
Segundo o secretário da Polícia Civil, Felipe Curi, o PCS Lab Saleme alterou a frequência que realizava os exames para diagnóstico para HIV. Antes, essa fiscalização era feita diariamente. Depois, passou a ser semanal.
Essa mudança aumenta os riscos de erro nas testagens. Por causa disso, segundo a polícia, cerca de 300 receptores de órgãos que foram testados pelo laboratório estão passando por triagem.
De acordo com o chefe da corporação, o espaçamento da fiscalização foi feito para aumentar o lucro do laboratório.
“As informações iniciais colhidas até o momento dão conta de que houve uma falha operacional de controle de qualidade nos testes aplicados ao diagnóstico de HIV. Tudo isso com o objetivo de obter lucro nessa questão das análises”, disse Curi.
De acordo com o secretário, todos os alvos da operação desta amanhã estão relacionados com a cadeia produtiva e operacional dos laudos.
Curi informou ainda que a polícia investiga os demais contratos da clínica com o governo do Estado. O PCS Lab Saleme tem seis contatos em vigor com o governo do Estado, cujos valores somados passam de R$ 21 milhões, de acordo com o Portal da Transparência estadual.
“A questão contratual também está sendo investigada pela Polícia Civil”, disse.
*Com informações do Valor Econômico
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